Dores
Acordei
no meio da noite
Estômago
em dor e corroído
Sonhei
contigo, um dia a mais... que sonho
Em
realidades, extrema angustia
É apenas
brisa e projeção... irreal
Temores...
Vê-lo
completamente distante
Vê-lo
completamente impossível
Onde está
a linha do abandonar, senão onde enfadamos?
Até onde
se é inerme?
Até onde
se molda a própria personalidade em razão do que se quer?
Aquele
que escolhe estar só...
Aquela
que não se pode querer ...!
Dentro de
tudo... fatos e contradições
Descrença
é tão verdade quanto teimosia
Eis o mal...
talvez em si, pura vaidade
A cova...
e aflição
Tão só
quanto o existir
Não
consigo abrir mão no embate em afirmar-me
Eis o
fardo da intensidade... esqueçamo-la para respirar!
Na mente
corroendo as horas
Desvirtuando
a concentração de um todo
Imagino a
silhueta que cintila
Desenhando
em cada linha
Amando em
cada segundo
Sinto
muito... e talvez posse
Infelizmente
... posse
Desvencilhamo-nos,
pois, capazes de ser o que a boca diz
Olhando-nos
de fato ... nus!!!
Luciana
Maria Borges
Misantropo maçante
Maciço opaco
Sou maço macerado
Nesta macega de querer-lhe
um macaréu em tuas margens
Tu macérrimo com refluxo
Fragilidade não macilenta
Brando de lábios avermelhados
Esta macromania misantrópica...
è que lhe faz regurgitar...
Madrugo ao acordar em ti
Um espelho em mim de ansiedade
Madurando meu caldo nesta dor
Nesta madrigal atraente
Em que és a madeira... que queima
Tanto quanto eu ainda magano
Mesmo que triste e amargurado
Fico no meio desse magnetismo inconsciente
Querendo-lhe ... magnificando-lhe
Em tudo... quanto posso ver... sentir
A contusão vem em brasa, magote vasta
Aplico-me a maiêutica para piorar
Mais ... e mais
Como quem não se cansa nunca
Ao malograr... insisto
Em vão ... insisto
Olhando através da malha com um malote
de pequenas táticas... buscando...
A brecha de sua misantropia!!!
Luciana Maria Borges
Com quem somente monologa!
No entanto, é difícil desistir de alcançar suas letras!
És o personagem ideal de um poeta
Que inspira... que embriaga
Um fardo que dilacera as vísceras
Fazendo dali nascer maestria madrigal
Luciana Maria Borges