O boi
é agro
É a
água, é a vida, que o meu boi bebeu.
É a
alma, é a vida, desse grande povo teu.
É a
história, é a sina, de todos os filhos seus.
É a
morte na labuta, trupe de peões de Zeus.
A Troia de peões de Zeus.
Não
quero contar a história triste
Sem
eira nem beira no mundo
Resolve
montar sua morada
De
sonhos persevera e resiste
Não
quero fazer mas tenho que contar
Olha
pros teus filhos que estão a margem
Que
você deu adeus
No
cotidianos a tudo esquecemos como adormecer na dor
Olha
bem pra estas vidas, olha pra este plantador
Olha
pra este chão rasgado de tanto suor e labor
É a
água, é a vida, que o meu boi bebeu.
É a
alma, é a vida, desse grande povo teu.
É a
história, é a sina, de todos os filhos seus.
É a
morte na labuta, trupe de peões de Zeus.
A Troia de peões de Zeus.
Vamos
então acordar, pra essa realidade falar
Onde
ninguém estava a ver de perto
Então
não venha dizer que acredita nessa luta
Se não
está aqui pra ver
Pode
ser que a terra engula estes laboradores
Mas
serão sementes... será que o povo ainda vai dar conta dessa história.
É a
água, é a vida, que o meu boi bebeu.
É a
alma, é a vida, desse grande povo teu.
É a
história, é a sina, de todos os filhos seus.
É a
morte na labuta, trupe de peões de Zeus.
A Troia de peões de Zeus.
Luciana
Maria Borges
Pupa
Deveras
há que se pensar
Ponderar
sobre tudo
Observar
a si mesmo e o que lhe circunda
Até
que ponto ser bom é não ser bobo, marionete percebida ou não? A resposta pode
ser uma bomba avassaladora, porque entre estas há a frieza maquinada ou a pura
inocência.
De
repente percebe coisas, fraquezas..., esquivas..., preguiça
Mecanismos
de fazer com que os outros acreditem em um corpo e mente debilitada, para que
seja não por si próprio cuidado.
Tomara
sim que sejam percepções errôneas...
Pois
com estas enxergo o egoísmo falando alto por detrás de uma máscara.
Talvez
esta usada, e mesmo não percebida por quem a usa, mas está ali, fundamentando
os atos para que no fim, não enxergue a si próprio.
No
percurso, precisa monstrificar a todos esquivando-se sempre de apontar para o
próprio cerne, pois o desconhece: Será medo?
Então
continua a vítima, segurando e cercando as muletas metafísicas, as “vaquinhas”
que já deveria ter jogado a muito tempo precipício abaixo.
Por
que somente assim, permitiria ir de encontro ao que realmente é. Portanto, para
que de fato seja e esteja onde quer, minimamente em igualdade com a realidade,
precisaria se reconstruir e de fato tornar-se forte, no passo da desistência de
tudo que o enfraquece... seus suportes.
Creio que
seja muito mais do que se permite ser, e se submete a coisas que no fundo o
entristecem e esvaziam profundamente.
Quanto
tempo mais precisa se esquivar e enganar-se... por que não se dá a chance de
romper com tudo para descobrir-se, tal como uma borboleta, que para vir ao
mundo precisa antes ser lava e pupa.
Vezes
tenho a impressão que enclausurou-se em pupa, mantendo-se preso, quase sem
conseguir respirar... em muito sentindo que vai morrer... mas persiste em
manter-se rente e colado às grades. Por que?
Se
algo de fato é verdadeiro, não é o tempo que destruirá, pelo contrário, tornar-se-á
mais forte e indissolúvel. Então reencontro em outro momento, liberto... sem
requisitos!
Para
alcançar algumas respostas é preciso abrir mão e se expor. É dolorido... é
claro, amadurecer sempre é dolorido!!!
Luciana
Maria Borges