quinta-feira, fevereiro 23, 2006

ACOMODADOS


Acomodados

Acomodados, como gados...
Gados que não sabem o que comem mais
É capim seco, alma seca... seca como ferpa
E não há nada neste mundo que mata mais!
Não quero isso, eu quero mais
Taciturno o mundo está pra mim...
Acomodados...!
Acomodados como gados que não vivem, pois já perderam a vontade de viver
Limitados pelo cercado onde o capim não cresce
E muitos gados morrem...
Morrem
Morrem
Não tiveram coragem de sonhar além da cerca
Acomodados...!
Do lado de lá da cerca poderia ter um capim verde e um açude cheio de vida!!!

Luciana Maria Borges

PAI?


Pai?

Estamos aqui!
Mesmo não sendo fruto de um ventre que não nos desejava
Apenas viemos de um ato carnal
Que inconseqüente deu vida a seres
Os filhos
Filhos do mundo
Filhos da vida
E também do amor
Estes filhos que vieram através do desejo de se obter gozo e prazer no corpo alheio
Sem pensar na ferida que causa no peito dos filhos
O pai os sangra
Pondo-lhes a culpa de virem ao mundo para roubar sua vida
Seus gestos e verdades
Eis o que forma o mundo mesquinho!
Pais que se rebelam contra os filhos despejando-lhes a raiva e minuciosos golpes certeiros
Que matam a cada instante
Ao invés de ensinar-lhes a amar e serem felizes
Pergunto-lhe pai, agora!
Onde está o ancião bonito que andava pelas ruas a cantarolar?
Mostrando um sorriso digno?
O que fez com sua vida?
O que fez com nossas vidas?
Jogou-nos neste mundo que tritura humanos
Na ânsia de se enriquecer cada vez mais
Forçou-nos a viver sem a tua presença
Para livrar-se dos encargos
A pretexto somente de viver sem o peso da responsabilidade.
Já que não tinha em ti o amor
Mas no o culpamos
Talvez você tenha sido gerado como nós
Sem ser convidado!
Entrou como um intruso na vida de seus pais!
Que tinham somente o objetivo de gozar na cama e levantar feliz no outro dia ...
Monótono e repetitivo!
Gostaríamos que nos provasse o contrário
Gostaríamos que não fosse assim
Mas te agradecemos
Ao mesmo tempo, por ter sido assim, pois pretendemos não cometer o seu erro no futuro
E Deus queira que não cometamos
Jamais nos perdoaríamos!!!

Luciana Maria Borges

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

O TEMPO


O tempo

Descendo uma escada
Não se pode olhar o horizonte belo
A não ser que pare no caminho e erga os olhos
A não ser que já a muito conheces aquele espaço
e assim sente segurança em caminhar olhando para fente, não para baixo!
Ou se não, podes cair!
E a queda pode ser desastrosa
No entanto, pode-se aventurar
Com passos cuidadosos e vagarosos
Assim, contemplando a paisagem
Porém, o tempo pra completar o caminho será maior
E o que seria melhor?
Parar de vez em quando e olhar o horizonte?
Ou faze-lo sempre com cuidado, até completar a trajetória?

Luciana Maria Borges

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

DIALÉTICO



Dialético

Deixa-se
No tempero morno desta angústia
Ser o que amo
E não ser o que vejo
Irremediado por ser único

Cálido, destemperado no desfecho da derrota
Amável sonho que jamais esqueci
Das questiúnculas ao egoísmo

Deixa-se
Nos meus braços posso te orientar
Se viajar, será a vida e um mar
Que vai e volta
Sobe e desce
Quebrando em forma de onda na praia

És assim... cheiro que não cheira
Doce... e amarga como fel
Escuro com minúsculas luzes que piscam...
Mal... que faz bem

Dialético
Gaia interpretado
Que se faz um nobre amado
Amarrado e afogado
No arbítrio de viver!!!

Luciana Maria Borges

SEREI SEMPRE MINHA


Serei sempre minha

A liberdade me move
O cativeiro me entristece
A esdrúxula forma de amor egoísta
Não quero mais que tenha em mim

Quero ser livre
Estar com alguém livre
Mantendo as fórmulas básicas do amor
Respeito e liberdade

Não sinto mais dor
Só quero cantar agora
Libertando o que esteve
Todo o tempo preso em mim

Livre, como dou liberdade
Remendos levam à insanidade
Cegueira da razão
Não a quero mais

Não é utópico pensar assim
Pois sou real
E como há eu, há mais
Donos de si mesmos
Sou minha, só minha
E de mais ninguém!!!

Luciana Maria Borges

DECEPÇÃO

Decepção

Vim pedir a Deus que me cure...
Pois foi aplicado em mim o veneno do ódio
Vim pedir a Deus que me perdoe
Pois através da mágoa e dor a mim causadas
O desprezo não consegui sanar
Mas espero que mude
Uma vez que...
Mereço ser feliz!
Quero a morte tanto ideológica quanto da matéria
Que em um indivíduo venha a ter
Nunca mais sentir sua presença!
De tão mal que me fez...
Causa em mim ânsia de vômito
Tão grande é a aversão e o desprezo...
Peço a Deus que me perdoe...
E tire de mim este pesar
Pois tenho consciência de que
Ninguém é igual a ninguém
Sei que mereço...
E que a verdade dos sentimentos ditos
São mais puros e valiosos
E não é o mal implantado
Que me infectará com a doença do descrédito
Pois tanto quanto a mim
Existem pessoas que são suas palavras!!!

Luciana Maria Borges

PRA VOCÊ


Pra você

Faria esta melodia
Cantaria pra você
Nas manhãs e tarde iria
Talvez ouvir e ver
A neblina é fria
Vejo apenas seu vulto
Algo que não posso mais...
Em minhas mãos
Guardo um medalhão
Lembranças perdidas em meu interior
Guardo porque te amo
Com verdades sólidas ainda dentro de mim
Pra você faria música
Por que a sinto em mim
Ouço cada detalhe
Que ganha vida refletida em ti
Guardo um medalhão
De sentidos e palavras
Que talvez nem valeriam
Mas guardo porque te amo!!!

Luciana Maria Borges

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

O QUE DIGO A MIM!



O que digo a mim

Hora eu, hora teu, meu bem!
São horas em que te velo!
Me ocorre todos os dias, já quase apagado.
O fato é, sou de aventuras somente quando certeza.
Há algo certo na vida?
Heis-me aqui por escolhas e escolhida
No conforto dos cafés da manhã.
Um agrado, um carinho, uma entrega, um amor direcionado.
Meu ego calmo...
Um sono bom, pois gosto de tranquilidade.
Que monstros são esses que nos querem roubar?
Tirar de nós a oportunidade...
Ótimo! Sejamos o agora e vivamos.
Rebeldia com voz ativa.
Como é bom poder falar o que penso
Não há chantagens
Nada tenho a perder, mas ganhar...
Pois sim, quero a calma
Gosto de dormir bem
Portanto, não cometas o erro de esperar
Nunca espere por ninguém...
Nada vale mais que tua liberdade!
Já nascemos privados.
Veja só!
Em muitos momentos tive apenas arroz puro no prato.
Se a fome apertava, orientavam a beber água... assim esqueceria que era fome!
Ainda bem que tinha o lanche da escola.
Pequenas fortunas públicas...
Por que querem roubar-nos também isso?
Percebe!? Nada é isolado!
Sou/és tudo que vivi(eu), sofri(eu) e alegrei(ou)-me/se.
História é o que somos
Pedaços de um grande quebra-cabeça.
Que bom seria desvendarmos tudo ... passado e presente.
Mas como? Se queimaram trechos.
Vamos contar nossa história e os mortos
Principalmente os injustamente punidos por buscar equidade!!!


Luciana Maria Borges

INSTANTES


Instantes

Assim na vida somos mestres
O tempo passa e as flores rejuvenescem
O sonho que se torna cada vez mais profundo
O tempo faz de nós um perfeito objeto
Que na vida envelhece e morre jovem
O sorriso tem um brilho de saber
Que compreendido pode-se sorrir melhor
As lágrimas da vida amadurecem a alma
E a cada instante é capaz de mudar por saber
É fácil sorrir duas vezes
Difícil é ser verdade
Não considero a falsidade como vê o mundo
Na verdade somos um poço de verdades e desconfianças
Tudo feito por motivos específicos
Que compreendidos não são falsos e sim carência
Voluptuosidades e desafios de cada instante
É dada a fúria do meu peito
Pois não me basto, desejo você!
Vivo de saber do que sou feita
De saber do que são feitos meus sabores de minuto!!!

Luciana Maria Borges

DESEJO


Desejo

Viverei este momento bom
Sentirei teu corpo e guardá-lo-ei comigo nos sonhos
Beijarei cada centímetro deste em pensamento
Mergulharei em teus olhos e assim me embebedar
As rosas falarão por mim e o fogo queimará nossos corpos
Aconteça o que acontecer
Sentirei seu perfume
E sedenta, desejarei você...!

Luciana Maria Borges

VAZIO


Vazio

O código da linguagem esquecida...
Lembrada por fatores que faltam
Por sonhos que se exalam
Deixando um perfume que só o sentimento tem como prova de existência
Aroma que não se explica
Por qual o pudor se põe a frente da pele quente e macia
Se fala, não é que fala por falar
Apenas solta gemidos com significados insignificantes
Mas profundos, tem gosto de lágrima e dor.
Sem interesse algum, se sente ruim.
Por fatores que faltam
Algo se faz vazio
Falta com o seu próprio eu
Como a chuva
Suas gotas frias
Fundos indefinidos de suas nuvens cinza, negras, triste...
Ávido cheio de pó
Sedento e escasso de vida, felicidade, fervor...
Duelo que explica amor
Janela que se abre ao ver o sol se por
Expelido orvalho que presenteia o dia com sua umidade delicada e passageira
Sagaz delícia da primavera
Como beijo de desejo
Bromélia murcha por sede e fome
Vago sonho impossível
Por fatores que faltam!!!

Luciana Maria Borges

terça-feira, fevereiro 14, 2006

SIM, FICAREI LONGE DE TI!




Sim, ficarei longe de ti!

Fique longe de mim Tudo bem, ficarei longe de ti
Não podemos ficar juntos De fato, é isso
 Eu não mereço seu amor Nem eu o seu
Pois apenas lhe garanti todo amor de uma vida Pois apenas lhe garanti todo amor
que poderia em minha vidaIsto é muito pouco! Parece que foi pouco pra você!! 
Parece que o único que ama ou amou
Foi você!
Será que realmente foi assim?
Fique longe de mim Sim! Ficarei longe de ti
De fato como já estou! A muito...
.Não podemos ficar juntos Como ficar juntos?
Eu não mereço seu amor Talvez eu não mereça o teu amor
Mudei a vida por você Todos mudam um dia
O importante é crescer!

 E esta lhe ofereci! Também lhe ofereci a minha
Mas esta foi esfaqueada a ferro e fogo
Por quem?
Por quem diz me amar
E assim foi capaz de me matar
 
Muitas vezes morri
Nascendo novamente entre as cinzas

 Fique longe de mim Ficarei longe de ti 
Como de fato estou a muito!
Mas não longe dos sentimentos
Ainda..., mas isso é com o tempo

Não podemos ficar juntos Não estamos
 Não ficaremos
 Eu não mereço seu amor Nem eu o seu... não te julgo
Não é culpado
Não há culpados, sim diferenças

Tentei lhe oferecer tudo mas Também fiz isso, apesar de não ver
Não lhe exijo que veja
Não tem necessidade!

Tudo é muito pouco! Depende do que você considera tudo
O tudo de um, pode não ser o de outro

Fique longe de mim Ficarei, como já estou!
Não podemos ficar juntos De fato!
Eu não mereço seu amor Eu não mereço o teu amor
Peço que não me ame mais!
E quem dera dominássemos os sentimentos

Porque mesmo tendo lhe perdoado Por que mesmo tendo lhe perdoado
Não só uma vez

Ofereci meu eterno amor! Oferecendo minha confiança
Meu amor
Não foi o bastante pra recomeçar
Não foi o bastante pra ser respeitada

Fique longe de mim Já estou!
Ainda não longe dos sentimentos
Mas estou cada vez mais longe de ti!

Não podemos ficar juntos Isto é fato
Eu não mereço seu amor Eu sei... também não mereço o teu
Porque tudo fiz por este sentimento Porque tudo fiz por este sentimento
E agora não sei mais o que é amor! Não sei o que é amor
Não sei mesmo! Só sinto!

PS.: Sempre amar-te-ei!!! PS.: Amar-te-ei sempre!!!!

Luciana Maria Borges

AMAR-TE-EI SEMPRE


Amar-te-ei sempre

Ficarei longe de ti
O que julga ser muito?
O que julga ser tudo?
Ofereci a minha vida
Sofri a pior dor que um ser humano pode sentir
Perdoei tudo
Muito mais do que tu perdoaste
Mesmo assim
Vê somente a si mesmo
Não o crucifico
Mas não é hora
Estou cansada
Estou à beira de uma estrada
E esta é a minha vida
Minha vida
Minha vida
Que a muito deixei para poder me entregar
De corpo e alma a ti
Do que adiantou
Três dias de sol
Quarenta de chuva
Tudo isso!!!
Somos diferentes
O respeito à diferença
É saber se conformar com o que não se tem
Te amo
Talvez te amarei sempre
O vazio me toma
A solidão me amargura...
Ficarei longe de ti
Mas não diga que fez tudo
Não lhe exijo que faça
Pois não fez
Coisa pequena
Coisa grande que não gostava
Não deixou por mim
Nunca deixaria
O amor não basta
Quando este aniquila
Transtorna...
Diferenças... aceite-as
Pois tudo se transforma
Um amor pode ser muito grande paralelo ao egoísmo
Mas também pode ser grande ao contrário do egoísmo
É assim que estou tentando ser...
Não adianta estar junto
Quando não se tem construção harmoniosa
Façamos musica
Nossa vida é uma música
Ficarei longe de ti
Ficarei!!!

Te amarei sempre!!!!

Luciana Maria Borges

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

DIANTE DO ESPELHO


Diante do espelho

Posso me quebrar infinita
E me reconstituir solúvel no furor das águas inquietantes
Mas quantas vezes hei de quebrar?
Quantas vezes meus infinitos pedaços formarão outra imagem?
Quantos seres serei?
Continuando guardada.
No fundo, serei sempre a mesma!
Quem me dera se de valor fosse a vida
Que leva a minha face
Face que chora e faz chorar
Que belos braços
Que diz adeus de leve
Mistérios se escondem em teus olhos
A cada instante vão dizendo adeus
Aos minutos que passam
Aos rostos que se vão diante do espelho
Esperar a inspiração
Devagar vai surgindo na tela, olhos tristes, cansados.
Vejo a noite dormir em silêncio
Noites frias que não passam de momentos
Que nunca mais... nunca mais...
Versos lindos que se vão
Versos de amor
“Tu és jovem noite”
Devo um dia...?
Pra que chorar? Pra amar ao é preciso ter corpo nem formas
Amo a tempestade, a melodia das gaitas sopradas pelo vento...
És como mãos tocando meu corpo despido.
Traços leves, desenhados em meu corpo
Idênticos ao céu cinzento, que com ela vem vindo a morte, a melodia...
Quem sabe se devo um dia...?

Luciana Maria Borges

domingo, fevereiro 12, 2006

BRISA LEVE



Brisa leve

Brisa leve
Se mostra entre nuvens espessas de sonhos
Suas cores...
Que tão difíceis se podem achar
Parece uma singela fantasia
Mistura de felinos
Tranqüilidade ou simplesmente
Inquietação
Somente marca
Por um jeito específico de ser
Como dizer de algo breve?
Somente as impressões
Dos momentos que deixou
Se vai como as águas de um grande rio...
Não se deve parar a água!
Especialmente quando apresenta qualidade....
Limpidez...
Se vai, pra onde não se pode tocar
Apenas se pode lembrar
Mas quão inquietante a mente deixa
Que se faz ser tocado em pensamentos
Só se pode dizer de algo breve...
Quando de fato... os segundos
Na memória se fazem horas
Tão boas são as lembranças dos momentos!!!

Luciana Maria Borges

FLORES


Flores

Acha-se passível
Atando correntes
Amando serpentes
Num som inaudível

Flores que se acham no direito de amar
E se desgastam com o mundo ao tentar se revelar

Oficioso perfume
Que relata peças
Com pincel
Arriscando se assume
Que não peças
Um céu!
Que faz esta canção
Num som inaudível

Flores que ser acham no direito de cantar
E se desgastam com o mundo ao tentar se revelar

Artista trancado em seu quarto
Dígno de chorar pelo seu gasto
Quadro de sumas coincidências
Vozes que se encontram em ausências
De más, que são mais
Restritas maravilhas
Notas emocionantes
De um músico iniciante
Num som inaudível

Flores que se acham no direito de pintar
Compor e cantar
Se amam
E desgastam com o mundo ao tentar se revelar!!!

Luciana Maria Borges

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

HAVE YOU EVER SEEN THE RAIN?















Have You ever seen the Rain?

Someone told me long ago
There's a calm before the storm
I know
It's been comin' for some time
When it's over, so they say
It'll rain a sunny day
I know
Shinin' down like water
I wannna know
Have you ever seen the rain?
I wanna know
Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?
Yesterday, and days before
Sun is cold and rain is hard
I know
Been that way for all my time
Til forever, on it goes
Through the circle, fast and slow
I know
It can't stop, I wonder
I wanna know
Have you ever seen the rain?
I wanna know
Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?
Yeah!
I wanna know
Have you ever seen the rain?
I wanna know
Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?

Creedence Clearwater Revival

A VIDA



A vida
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés de alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!
Todos somos no mundo ,
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo de onde vem!
A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...
Amar-te a vida inteira eu não podia.
A gente esquece sempre o bem de um dia.
Que queres, meu Amor, se é isto a vida!

Flor bela Espança

SAUDADE












Saudade
A solidão dói
Faz arder como fogo a saudade
Transforma o rude em belo
No coração resta o bombear
Parece que está cheio...
Quase estourando
Saudade!
Quem me dera pudesse me entregar sem temor
Me deixar levar por todo esse amor
Que em meu canto me faz só
E como dói a solidão
Esquece-se os erros
Perdoa-se tudo, até as práticas mais vis.
Não, agora não!
Tudo muda
A solidão continua
Mas a força do querer é outra
O medo toma face
Não o deixa se entregar
A algo que pode ser um mal no futuro
Mas ai!
E o único que posso sentir agora
Mas sei que vai mudar
Acredito nisso!!!

Luciana Maria Borges

O PRAZO DE NERO




















O prazo de Nero

Não se inquietou
Nero quando ouviu a profecia do Oráculo de Delfos.
"Teme os setenta e três anos."
Tinha tempo ainda para gozar.
Tem trinta anos.

Mais do que suficiente é o prazo que o deus lhe dá para cuidar dos perigos futuros.
Agora voltará a Roma um pouco cansado, mas maravilhosamente cansado desta viagem, que era
toda dias de gozo – nos teatros, nos jardins, nas palestras... Tardes das cidades da Acaia...
Ah sobretudo o prazer dos corpos nus...
Isto Nero.
E na Espanha Galba furtivamente articula e exercita suas tropas, o velho de setenta e três anos.

Konstantino Kaváfis

DOENTE















Isto é algo que não se pode pedir, não se pode exigir... somente se receber!
No entanto pode dizer a si mesmo!!!

Doente
Estou ferida
Quem se dispõe a curar a minha dor?
Quero sentir calor
E me curar com mais amor

Dilacerado, está em aberto
Meu coração sangrado
Desfigurado, está se remontando
Nos sentimentos bons e ruins

Cura-me
Mostre-se, e um anjo queira ser
Pra em meu amor poder viver
Acolha-me nos braços e...
Me faça sonhar novamente

O remédio do meu vazio
Consiste em construir
Um novo amor
Fazer bater, verdadeiro
Um coração de esperança
Que desviado foi do sonho!!!

Luciana Maria Borges

UM MONSTRO NORMAL


Um monstro normal

A dureza de meus olhos
A coisa em si que sou
Mas sou
Com ambos olhos que me mostram
Tais são eles que se movem diante do que penso
A volta segue-se uma névoa
Todos me amam
Passam por mim
Dizem...
Mas dizer qualquer um diz
É fácil demais
Todos não gostam de mim
Tão normal que sou
Tão assim
E por ser assim sofro
Choro e sinto dor
Queria encontrar meus belos passos
Por onde foi que andei
Quando foi que me deixei
Corro, e sou assim
Esse assim que todos dizem
Todos amam
Mas não assimilam
Há diferenças marcantes
Não se convive mais
Não há jeito
Sou assim, esse assim que todos amam
E depois odeiam, pois sou assim...
Normal, natural como nasci!!!

Luciana Maria Borges

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