segunda-feira, junho 04, 2018

UM POUCO


Um pouco...

As vezes sinto-me um estranho no mundo, tão diferente e tão igual.
Nas coisas mais simples e alegrias, almejares de compartilhamentos e anseios.
Amor, paz, tranquilidade, viagens, comida boa, convivências, amigos...
Sinto-me tão distante nos subterfúgios... em apenas alguns me aproximo de cada outro, principalmente arte.
E de tão espontâneo... alento!!
Como diz Clovis de Barros Filho: Sou aquela pessoa detestável que acorda já cantarolando feliz... simplesmente por sentir a brisa fresca e raios de sol tão singelos que dia a dia minha pele dizendo bom dia!
Em momentos penso... ainda não aprendi a viver...
E por gostar tanto de mim mesma, com todas as contradições que carrego, aprecio a solidão.
Porém, quando identifico similaridades de gostos meus em alguém... quase me apaixono... como um reflexo no espelho... “Nossa ele também gosta de café, filosofia...”
A realidade entretanto sempre bate à porta... sou eu distante... léguas...
Então a melhor escolha é sempre a amizade, pois nela podes cultivar os melhores afetos, olhares de gratidão e apoio.
Coisas tão próximas de ti e de todos...
Assim jamais será tocado diretamente teu corpo e lábios o sabor que não aprecias...
Amizade permite uma proximidade imensa de gostos compartilhados e diferenças respeitadas no flexibilizar devido ao fato de permitir também a distância... e isso pode durar toda a vida.
Então escolho isto!
Eis que conheço parte de um todo e já me basta, se este pouco é também completude.
O restante, o afeto rente aos desejos mais íntimos, aproxima-o de si mesmo, então a exigência acaba sendo maior...
Minha carne, meu sangue... eu aqui e agora com toda alma exposta para degustar lábios de um ser tão doce e sereno... mesmo durando poucos segundos se torna imortal na mente enquanto vive!
Mosto como a maioria, sempre o meu melhor e gentil, mas não se engane, tenho garras afiadas, olhos vermelhos brilhantes e sabor fel... tudo o que jamais quero expor, pois escancarar este lado sombrio é também mostrar as vísceras, ferindo ao outro, mas principalmente a si mesmo!!!
Então adoeço... e isto não quero para mim!
Quero todos os dias irritantemente acordar cantando, desejar bom dia, ser gentil e compartilhar o que tenho de melhor em mim..., por que isso inunda-me de potência e alegria. Me faz sentir bem, de forma que não tenha nada a lamentar “por ter deixado de fazer”, ao perceber-me próxima ao último suspiro!!!

Luciana Maria Borges

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