terça-feira, julho 24, 2018

ESPERANTO


Esperanto

Todos os dias inicio por perguntar-me sobre o viver
Não há respostas... criamos coisas para esperar
Então o que resta é encontrar algo em que se possa acreditar, perseguindo sentidos
Surgem ene coisas para se distrair
Uma atração em que se fixa para criar
Mas este não é qualquer um, é uma pessoa em quem encontra afinidades, mesmo que superficiais e extremamente pequenas.
Afinal, mesmo depois de anos, é quase impossível se desvendar alguém, os sentidos são vias de mão única que as vezes se esbarram, mas logo tomam caminhos diferentes, como se refratando.
Afinidades são seus modos de ter aprendido e gostado consigo mesmo ou com seu entorno, decidindo que aquilo é um traço teu.
Em alguns se pode confiar mais que outros e para coisas diferentes é vice-versa!
Esta confiança se deve em saber quase que certamente que a pessoa fará ou não algo para ti, mesmo assim, as vezes pode se surpreender com o que vem do outro a quem espera.
Um ato de carinho e solidariedade espontânea é o que fica e guarda na memória com afeto doce..., aquela que é feita a contragosto e reclamada após, deixa um peso, mas mesmo assim um crédito, mesmo que pequeno.
Quando deixa de fazer algo sabendo que faz a diferença, principalmente salvar algo ou ser gentil, aquilo se torna uma gota d’água batendo sobre a rocha ao longo da vida... e vai moendo, martelando sua mente quando não consegue dormir.
Dia após dia contradições e mesmo assim apego.
Em certos momentos deixamos de ser algo, e esta mudança por descobrir novas coisas ou almejar descobrir-se sendo diferente do que neste instante julga ser.
As vezes tem-se a impressão que, ao todo, é um infindo jogo de poder em que se busca a servidão do outro, mas não acredito piamente nisto!
Pessoas em nosso convívio, as queremos do nosso lado por nos dar a sensação de completude, e isso nas coisas mais sutis e simples, como gostar do cheirinho de café de manhã, ou do cheiro de mato e terra molhada. Suas falas trazem alegria e o riso emerge com a paz, de forma que a respiração lhe dá a impressão de estar mais vivo.
E são exatamente estas pessoas que almeja a presença, aproveitando ao máximo enquanto pode, por que a vida é uma incógnita, e de repente, algo que lhe é caro pode não mais estar a seu alcance!
Então, se isto ocorre, o que resta é criar novamente sentidos que justifiquem continuar... como um ciclo de perdas e ganhos!
Nem sempre é possível que haja um encontro de sentidos para todos... e muitos não compreendem o vazio do outro, por ter muita facilidade em se ludibriar para um vida branda.


Luciana Maria Borges

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