domingo, setembro 24, 2006

ILUSÃO REAL


Ilusão Real

Não amo ninguém
Nunca amei ninguém
Aliás... sim
Amei uma ilusão
De corpo e alma... fantasia
Diga-se de passagem...
Por um longo tempo
Mas ilusões proporcionam
Felicidades superficiais
E quando colocadas na balança
Pesam muito pouco
Ou quase nada...
Então, troca-se as necessidades
Coisas do dia-a-dia
Independente de todos
Presente para todos
Sentimentos pela visão
Solidão que se esvai pelo suor
Instantes e pensamentos que
Duram muito mais
Longamente... prazerosamente em paz
Não amo ninguém
Mas já amei... demais
De forma inexplicável uma ilusão
A qual
Jamais deixarei de amar
Mas ilusão, não é real
Nunca foi real...
A não ser em /para mim!!!

Luciana Maria Borges

OCEANO NEGRO INFINITO


Oceano negro infinito

Escuro
Tão escuro quanto a tinta desta caneta
Risonho e deslumbrante
Sem descrições possíveis
É simplesmente ele
Tão maravilhoso
Todos os dias se apresenta diferente
Mais misterioso e bonito
Às vezes exuberantemente cadente
Dias mais lindo
Mostrando seu brilho mais apaixonante
Fazendo viajar-se por ele
Imaginando de tudo
Essencialmente um sonhador
Medonho e espantoso
Torna-se mais curioso aos olhos de quem o vê
Traiçoeiro
Fiel
Sempre chegando sem atraso
Indo... somente no mesmo horário
És tu, este céu
Este lindo poço escuro e infinito
Que guarda tantas lembranças
Pois foste o único que viu os acontecimentos do mundo
Desde seu nascimento
Viu as tristezas começarem
Os sonhos se acabarem
A decepção vir à tona
“O amor nascer ... e ser assassinado”
As vezes superado
Alcançando seu ponto máximo
Quantas vezes olhado em ti
Fizeram... e ainda fazem... promessas
As lágrimas caídas sobre a terra
Guardou e ainda guarda
Durante noite e dia
Acredito que...
Por isso, o peito se enche de tantos sentimentos
Quando se para e analisa
Ainda tenho muito o que falar
Mas as vezes
As coisas mais lindas
Não podem ser ouvidas ou ditas
Apenas sentidas pelo coração!!!

Luciana Maria Borges

sábado, setembro 09, 2006

À PENA VIVER!


À pena viver!

Orquestra!
Com um banho
A água escorrendo pelo corpo
Tirando o suor
Deixando o perfume do sabonete
Ou o natural
A água morna
E sua boca
Toma um pouco
Com toda espuma... o cansaço
Suas mãos lhe percorrem todo
Que lhe quer bem
Massagem interna e externa
O vapor desintoxica a mente
Em higiene bucal
Frescura em sabor hortelã
Brancos... sorriso
Enxugar-se em toalha seca
Seu canto... lhe espera
Num sono bom... sonhos
Despertar preguiçoso
Energia para rodar
Sua cela ... “larga”
De diversas belezas
As que proporcionam inspirações
De versos... felicidade!!!

Luciana Maria Borges

TODOS COMO ÁGUA


Todos como água

Quando se pensa na morte
Pensa-se na vida
Tudo que ainda pode ser feito
Pelo fato de ainda estar
Porque pode fazer
Porque pensa em si
Tudo se resume em apenas algo
Um sentido para continuar
Há coisas boas
As barreiras
O indivíduo se coloca
Escravo e inimigo de si mesmo
Os outros... são os outros
Os mesmos estarão por si
Aqueles instantes de paz
Não poderiam ser camuflados
Tem como mudar tudo
Todos como água... que saem entre os dedos
Suas mãos não podem segurar
O que evapora
O que escorre
O que vai sempre
Buscar outro lugar
Regados e fertilizados
Como terra... planta
Complexidade que não olha
Coisas... em ti
Que não vê!!!

Luciana Maria Borges

AMIGA


Amiga

Você é simetria desarticulada
É diferente
Sua sensibilidade
É diferente
Você encontra o igual em todo mundo
Busca o diferente no mesmo dia a dia
Para encontrar o igual e o diferente
Todo dia.

Autor: Rodrigo Fratti
Arranjo: Maria e Seus Malucos

CARTA PARA EDER


Carta para Eder

Hoje acordei mais cedo
Pra falar do rio
Eu que acreditava em
Peixinhos e cavalos marinhos
Eu que que não sabia o que era ser
A bola da vez
Achava graça em tudo
Era riso e reza
Tocava na minha guita “The Who”
E ouvia “The tal”

Jethro Tull

Eu hoje acordei mais cedo
Pra falar do rio
Surpreso pelo verso bem feito
Demorei pra sacar
Confuso e puto da cara
Continuei a tocar

My guita ... my guita...

E hoje tô andando na estrada
Fazendo meu rock’n roll
Desculpe se te decepcionei
Eu não procuro a morte não!!

Autor: Rodrigo Fratti
Arranjo: Maria e Seus Malucos

OLHAR SUSPEITO


Olhar suspeito

E dos traços mais delicados
Que lembro do seu corpo
Que com o meu fundia-se
Pra elaborar outra maneira
De ser homem, mulher... ou o que quiser

Perto de ti nada evito
Frente o prazer e o afeto
Próximo a ti sou maldito
De olhar suspeito

Ando sempre assim
Dívida, voltando e indo
Só paro, quando canso

Respiro, reflito e embolo
Cambaleando entre os lados
Ou pra fora deles
Não sei

Autor: Rodrigo Fratti
Paulo Rogério
Arranjo: Maria e Seus Malucos

sexta-feira, setembro 08, 2006

IDADE


Idade

A velhice chegou em meus olhos
Eu já não falo mais como antigamente
O futuro tem apenas um objetivo
É sarcástico
Como a lembrança do passado
Uma lembrança tão doce, como mel no favo!
Eu sinto medo, como não sentia antes
Na língua
Há apenas o sabor amargo do amor
Que já se foi juntamente com o tempo
Os lábios tão singelos
Como o reflexo do espelho acusava
A solidão
Agora paira sobre o telhado
É minha companhia no hospital triste
Espero a morte
Sem mais esperança de vida
Olho o jardim
E choro pelas rosas murchas
Um pássaro pousa na janela
És meu único companheiro agora
Acabou-se os parentes
Acabou-se os amigos
Só querem herdar o que construí
Uma vez que estou velha... já vivi
Sei que minha vida não acabou
Mas isto é só pra mim!
Os resmungos... são como protestos
Protestos... somente de solidão
Incompreensíveis!!!

Luciana Maria Borges

QUEM FOI QUE VIU O SOL NASCER?


Quem foi que viu o sol nascer?

Quem foi que viu o sol nascer pela primeira vez na terra?
Será que o brilho dos teus olhos
Jamais voltarei a ver?
Por que somos incapazes de amar plenamente
Sem julgamento, sem culpa, sem rancor?
Há tantas coisas belas no mundo
Que não damos valor
Quando faço sonho
Provo o perfume de uma flor pura!
E você
Quer coisa melhor que a felicidade?
Aonde vai agora
Sem pressa de chegar longe
Sem pressa de voltar.
Caminha tão vago
Com olhos no chão
Chega perto do nada
E se sente vazio!
Ainda me lembro de teu forte abraço
Aconchego fofo e protetor
Que tu me davas
Mas já se foi tristonho
E se foi
Para não mais voltar!
Queres um sonho
Com nuvens de algodão
Chuvas de carinho
Sem ira e repressão!
Mas aonde vai com olhos rasos d’água
Com um nó na garganta
Que me impede de ouvir tua voz
Meu amor
Não tenha pressa
Apenas vamos ficar aqui!
A gente não anda tendo tempo de ser feliz
Por que não aproveitas este momento tão curto
A noite passa em um segundo...
As estrelas e a lua
Dão um tom especial na noite
Quanta beleza desperdiçamos neste momento!
Olhar o céu é...
Tão gostoso... quanto teus beijos
Minha ave púrpura a procura de abrigo!!!

Luciana Maria Borges

RELATO DE UM DIA


Relato de um dia

Tudo que faço
Penso e discordo
Não ando me entendendo
Estou cansada... e além do mais
Meu pescoço dói
Daria tudo para estar em minha cama
Pensando, mas deitada... totalmente relaxada!
Não tenho nada a dizer
Alem do quê
Não estou a fim de falar
Estou vazia como sempre
Não digo sempre...
Por que às vezes
Sou diferente... comigo e com os outros
Não estou me vendo
Estou realmente me sentindo...
Sabe!? Nem sei dizer.
As palavras escritas saem da cabeça
E não sai nada no papel!
Só sei que quero escrever a noite inteira
Mas não entra nada em minha cabeça...
Nada mesmo!
Hoje eu estava sozinha em casa
Coloquei música alta para ouvir
Um bom rock’n roll
Estava no banheiro
E fiquei ouvindo coisas...
Como se houvesse alguém dentro de casa
Confesso que fiquei com medo
E o pior... é que esqueci a toalha
Portanto, teria que sair nua do banheiro...
Quando pensei nisto... gelei
Muitas vezes
Fico com a cabeça quente
Faço meus compromissos, pura e simplesmente para cumpri-los
Não escrevi isto para que os outros leiam
Mas se tiverem lido
... eu não me importo!

Luciana Maria Borges

DIA APÓS DIA


Dia após dia

A alguns dias
Estou achando meio desinteressante
A maneira como converso com as pessoas
Há tempos
Estou sozinha
E não vejo graça em ninguém
A alguns minutos
O tempo estava parado
E eu não pensava nada
A cada dia... há um dia
Um dia que penso não voltar mais
E realmente não volta
Há as intrigas da vida
Intrigas bem disto
Bem dita... bendita... mal dita e maldita
Um soluço calado
Onde o crepitar do vento
Soa com tristeza e curiosidade
Há a bendita saudade
Pedindo alguém que volte de longe
Há a procura do nada
Que impregna a grande raiva
Por motivos de acusação
A folga dos braços
Cansados e majestosos murmuram
Cresce das ruínas
A nevoa de pó
Que adoece... aquele belo e esbelto
Tinindo gotejos de suor pela face
Deitam... nem lembram de se banhar
Não há tempo suficiente... para se limpar
Não há tempo ... para descansar
Há o silêncio ... que mete medo
E recua ao olhar
Os barulhos tristonhos das pálpebras
Que jorram lágrimas sem parar
Elas batem no travesseiro
E lá... se evaporam pelo ar
Ninguém fala sobre isso
Não tem mesmo o que falar!!!

Luciana Maria Borges

UM SONHO REALIZADO


Um sonho realizado

Eu sabia
Mas era medonho e distante
O tempo passava pausado
Senti medo
Procurei refúgio
Mas não havia ainda a saída
Queria chorar
Porém, o medo não deixava
Fiquei desesperada
E o sonho não mudava
Deitei, então, de braços e pernas abertos
Comecei a olhar o céu
Tão belo...
Mas sem estrelas!
Inspirei-me no cansaço
Fechei meus olhos
Acordei nos braços da alegria
E continuei lutando para não mais perde-la!!!

Luciana Maria Borges

CULPADO


Culpado

É
Hoje a vida me mostrou novamente como me pega de surpresa
Num triste relance olhei teus olhos
Pensei me apaixonar
Mas o infinito pêsames inaugurava de volta
Para um lado que é meu triste.
Num sóbrio sorriso
Embebedei-me pura e esperançosa nos braços teus
E amo, amo tanto
Mas não é este amor que imaginais ser
Meus lábios solitários, juntamente ao corpo
Com ângulos traçados e calculados
Passo a iludir-me num escancarado pensar
E em ti
Novamente volto a olhar.
Não pude abrir mão do ciúme
Pois, sem esquecer seu semblante
Mergulhei na profundidade supérflua do destino
Tão mau... impiedoso
Como sempre devereis ser!
Não poderia tocar-lhe jamais
A coragem falta em minhas mãos
Porem amar-te-ei eternamente com desejos a ti felizes
E irás embora ao seu recato da vida
Não farei nada mal a ti
Uma vez que, nem para isso serve o meu clamor.
Tão rosa cheio de espinhos
Tão ferida eu feri
Num arcado passo ardido
Marcas de sangue verás sem fim
Um beijo doce
Coisa imaginável a meu ser
Na medida em que seria aldeia e enfim crescer.
Então, tristemente pensei em você
Sofria por um mau em mim
E tu não eras o culpado
Pois quem se apaixonou foi eu!!!

Luciana Maria Borges

GANHOS E PERDAS


Ganhos e perdas

Ah!! É impressionante
Eu via o mundo lentamente, com a candura de uma flor.
Fundi o ouro com o calor de minhas mãos
Gelei as águas de um oceano com a frieza do coração!
De repente
Algo zuniu no espaço
Inconsciente caminhei para o lado da luz
Senti calor em meu peito
Gelei as mãos
Mas não era frio!
A alma ecoava no espaço
Gargalhei por instantes
Comecei a tremer e de repente a chorar
Senti-me magoada e perdida no meio do lixo
Voltei um pé atrás
Vi que tudo que passara
Fazia parte da minha vida
E eu não poderia nunca apagar.
Então dei dois passos a frente
Com o rosto temedor da vida
Entretanto, com uma coragem imaginável
Tive vitórias muito grandes
Chorei e sorri novamente
Entendi que eu era feliz por estar vivendo aquilo
E tudo que eu havia vivido
Me deixava para traz do amor
No entanto... eu me sentia bem!!!

Luciana Maria Borges

sexta-feira, setembro 01, 2006

MÃE


Mãe

Eu a amo
Não pelo fato de se minha mãe
Mas por ser resumo de força
No exemplo de exercer duplo papel
E os fez com muito esmero e retorno
Em tua linha caminhamos
Teu olhar
Tuas atitudes em relação à vida e às coisas
É tão sábia...
Tão cheia de exemplos
Difícil se torna descrever a admiração e estima que lhe tenho
Você foi pai e mãe muito bem
Ensinou-nos a caminhar persistente
Mesmo se ferindo com os espinhos da vida
Jamais desistir... olhar pra frente e continuar
De alma fresca e serena
Para colher os frutos e as flores, sentindo o perfume doce posteriormente.
Ensinou-nos a amar o próximo
E a respeitar a vida, as pessoas... tudo
Gostaria de lhe agradecer por tudo que és
Gostaria de poder
Você venceu!!!
Sozinha por três vidas
Admiro-lhe deveras
Eu te amo tanto...tanto
E conseguimos também...
Temos muito o que fazer
Talvez não consigamos, com a mesma garra que tu tens
Queria... do fundo d’alma conseguir dizer uma fração do que és
Mas você é grandiosa, intensa profundeza!
Num infinito que devo minha vida
Parte do que sou...
A vida pode ser boa, quando a fazemos assim
Pode ser recompensa em paz
Pode ser tudo... que queremos
Não de coisas materiais, pois são externas
Coisa irrelevante diante do verdadeiro sentimento... interno
Você ensinou isto...
És tão bela... rara e lindíssima!
Lhe amo... lhe amo infinitamente!!!

Luciana Maria Borges

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