terça-feira, setembro 17, 2013
FAÇAMOS AMOR
O que farei contigo quando cederes
Um ganhador quer sempre mais...
Esta conquista suplementa um ego
Um jogo de sementes plantadas
Jardins floridos em multicor
Algumas são roubadas
O que farei comigo quando renunciares
Um rei não abdica ao trono
De mãos dadas sobre chamas
E por quanto tempo
Diferentes... tão desiguais
Parado, enquanto ando... corro
O que farei conosco quando resignarmos
Um laço de embaraço no corpo do outro
De corpos nus sem espera de embriagar
O tempo é infinito
Noites passam sem cortejar nosso sono
Fábula contínua ao sucumbir e nascer do sol
O que farei de nós quando desistirmos...
Uma memória não morrerá
Em um largo sorriso admira horizontes
Difuso é o decurso do saber ceder
Coibições de crenças são tênues na vontade...
Frutificada no dedilhar de um grande amor!!!
Luciana Maria Borges
CANTAROLANDO
Escrevo feliz ouvindo Vivaldi
Beethoven em sonatas de piano...
Tão triste
Um surdo que faz músicas
Apenas sentindo suas ondas na pele...
Tão belo
Assim em mim transborda as notas
Invejo os grandes sensíveis
Vejo-me sofrendo ranzinza em um olhar
Vendo sentindo o mundo
Outra janela aberta
Assisto vivendo a fome
Não apenas o reconhecer
Desnudando conceitos, mas percorrendo lhes.
Uma diminuta circunferência sobressalta
Despercebida... agulha
Ponta juntando longos retalhos
Contos, vozes e atos.
Fina é a dor que penetra
Canta e desagua melodias
Engodo de perspectivas
No último instante percebe
Cantarolando desfechos
Conclusões da vida...
Só é morte!!!
Luciana Maria Borges
JAZO CRUZANDO MOMENTOS
Jazo cruzando momentos
Estou disposta e corada de prélio
Para alcançar teu querer
Desbravar teus esconderijos
Mesmo que jogando dados
Um bailado de pernas para o desconhecido
Estou a fim de lamber-lhe o corpo
Sorvendo teu gosto perene
Numa memória em que serei única
Preparando um lar de recordações
Apenas o som pode explicar
No silêncio dos afetos
Olhar dos desvelos...
Não me creio em seus contos
Mas os meus, são apenas sonhos
De uma boca que abre em flores!
Tenho um naipe de sete copas...
Pensando uma pele que se arrepia sob meu toque
Nas pontas dos dedos diz tchau, mas fica.
Perto de uma respiração quente
Narrando às pressas uma linha
Em apenas um sopro de querer
Saia deste corpo involucre
Sinta como se livre pudesse voar
Das cinzas fazendo-se acreditar
Sou poeta e profiro...
Instâncias de uma alma oculta
Vestida de um corpo que folia
Pisa no chão de histórias...
Deixando rascunhos de notas para composições!!!
Luciana Maria Borges
AFAGO
Não cansamos... exaustamos...
Falando de amor
Vazio que corre em nós
Crê no outro belo
Completando um caminhar
Aventura
Sonhando ao pisar no chão
Solidão de braço que segura uma chama... uma voz
Calar que chora e diz
Em silencio profundo... amor
Do ventre brota fogo ... persistente
Pensando... onde estará você?
Outras silhuetas se mostram... com brilho
Cada um
Um complemento
Sorriso
Afago, conforto e sono
Insaciados
Nasce em vida... acordando em teu colo
Piscando em lágrimas... segundos imortais
Tanta alegria..., tão grande quanto tristeza
Amor... impelido de dor!!!
Luciana Maria Borges
AMOR SUJO
Esta coisa
Indecifrada
Ainda vergonha
Tapa a face
Esconde
Sentimento..., seu grande puto!
Sempre me traiu.
Fez questão de mostrar-me
Um eu fraco e sujo
Que sede e rasteja no lixo do amor
Abandonado sempre...
Mordeu minh’alma com veneno
Dos olhos desliza saudade e vazio
Refletindo meu reflexo
Um verme picotado
Reconhecendo a insignificância
Ali... no nada da escolha
Tentando mover...
Mas ainda um verme
Comendo as sobras da vida
A Metamorfose
Do mundo... sou agora Gregor Sansa
Grande monstro... do romantismo e bem querer
Me levas sempre ao rés ... abaixo do chão
Para me emporcalhar
No sempre infinito... abandono
De um grande amor sujo!!!
Luciana Maria Borges
TRISTEZA
Eu fedo
Raiva
Imunda de lembrança
Frustração flutuante
Profunda
Dilacerante
Meu ego morreu!
Triste
Sempre volta
Deixando sementes podres
Adoecendo este ser... de infinitas questões!
Tenho as respostas da lógica
Não de sua boca!
Pois que suma
Com o tempo teu silencio me dá paz
Sua volta é tortura... insônia
Preciso descansar das minhas ruínas
Cimentar bem esta fraqueza
Em putrefação... “eu”
Grande culpa
Vida morna
Dissabores
Trocando passos sobre apenas...
A desilusão!!!
Luciana Maria Borges
ESTUPIDEZ
Porque tem questão de fazer de mim um lixo?
Só retorno ao desprezo de mim...
Quem sou eu nesta tempestade?
Afogo, mas não morro...
Muitos pedaços de mim ficam para trás
Escolhas erradas
Grandes escolhas erradas!
Um buraco de nada
Mumificado e calado pela decepção
Uma grande idiota
Sempre ouve e acredita em mentiras
Minha vida foi uma grande falácia
Viver ou morrer?
Em quê morrer ou viver?
Luciana Maria Borges
quarta-feira, setembro 11, 2013
TRANSCENDENDO EM MIM
Transcendendo em mim
Se pudesse me mover
Ajudar ia-me abrir os olhos
Faço tanta força agora
Embriagada...
Sou um ser humano
Não uma máquina de fazer sempre o certo
Não me arrependo
De nada...
Sou emoção, sentimento
Angustia, sofrimento
E...
Tudo o mais
Sinto meu corpo dormente...
Dos sabores de todos os tempos
Quero cá, dormir sobre a solidão
Não preciso do julgamento de ninguém...
Agora eu...
Quase morrendo penso
Quero apenas fechar os olhos...
E ver o dia
Somente um dia para viver
Não, não é o bastante...
Quero vomitar as circunstâncias
Então respiro fundo... !!!
Luciana Maria Borges
SEM RUMO
Sem rumo
Corro de mim
Busco outras vozes
Fecho os olhos
Dormindo em tormenta!!!
Luciana Maria Borges
PERFEIÇÃO
Perfeição
O que é para dar errado
Ocorre em uma precisão
Espantosa
O que é para dar certo
Ocorre em uma precisão
Espantosa
O que muda é apenas a forma
De olhar para o mesmo fato!
Nada é por acaso
As coisas vão acontecendo
Desencadeadas por outras...
Muitas coisas fora do lugar
Proporcionam vazios...
Vazios tem a predisposição
Para serem preenchidos
Por sonhos
Sentimentos ou atos
Ninguém é perfeito, ou é?!
Mas o que é ser perfeito?
Gosto demais de mim... me amo
Por tudo e nada que sou
E dia após dia
Mostra-me a vida
Que não sou perfeita...
Que bom!!!
Luciana Maria Borges
OLHOS MEUS
Olhos meus
Mesmo que eu deseje
Não o quero mais
Nem mesmo sobre letras ou imagem
Pior diretamente...
Chega de noites em claro
Dor extra no estômago
Olhos cansados e tristes
Frustrados e poéticos
Agora preciso pensar
Em mim!!!
Luciana Maria Borges
RUMOS
Rumos
Flores vermelhas
Despedindo de ti... que amo!
Do resto da história...
Cuido eu
Com todo meu egocentrismo!
Pois o resto...
É apenas “eu”
Remendando..., construindo ruinas
Ou apenas rompendo com tudo
Para um caminhar sem rumo
Uma vida inteira de surpresas
E descobertas
Leviana!?
Muitas vezes fui...
Mas agora
Definitivamente NÃO!!!
Luciana Maria Borges
ENFIM
Enfim
No início sempre sou anjo
No final, sou apenas humano...
Desarticulado, esquisito, torto
Quebrável e mortal!!!
Luciana Maria Borges
LEÃO QUE CHORA
Leão que chora
Rio
Transbordo em lágrimas
Dói perder
Sinto meu coração pulsar...
Quantas vezes ansiei isto
Não ter que dar satisfação
Tantas vezes me senti sob grades
Pesadas e invisíveis...
Algo não foi preenchido
Ou sou exigente demais?
Quantas vezes me senti coagida
Silenciada...
Diz-me sempre: Você não pode ser assim!
Não perdi minh’alma
Sou um leão que ruge
Se debate, vive, mata e machuca
Principalmente ama...
Sofre... e morre também!!!
Luciana Maria Borges
FRAGIL
Frágil
Como oxigênio
Alimenta meu fogo
Sobre uma fina haste de vidro
Que quente... transforma!!!
Luciana Maria Borges
SABENDO MAIS
Sabendo mais
Gosto de ser conquistada
Gosto de conquistarGosto da simplicidade
Profundidade no olhar
Não curto o vulgar
Muito menos invasão
Não gosto de me sentir troféu
Ou mero produto
Me sinto bem sendo eu
Gosto do romantismo que é quase
Ou simplesmente é arte
Acaso, espontaneidade...
Gosto da ousadia sutil
Ou da ousadia quase brusca
Quando certeza!
A leitura do corpo que sorri
Diz não e diz sim...
Seu querer, expresso em movimentos
Olhos negros e lábios tão rubros
Todo o corpo faz o resto
Dança... canta... encanta
Exala sua alma
Transborda em cheiro e sabor!!!
Luciana Maria Borges
PRECISO
Preciso
Mudar esta realidade
Cotidiano
Buscar respostas sobre mim
Sobre tudo
Questionar é preciso!
Tudo modifica e é descoberto...
Todo tempo
As descobertas modificam conceitos...
Gostamos de impor verdades
Que pegamos de algum lugar escrito
Até podem mudar...
Teorias comprovadas se tornam leis
Longo é o percurso histórico
Ninguém consegue provar o contrário
Teorias mudam o tempo inteiro
Para explicar a realidade!!!
Luciana Maria Borges
