terça-feira, outubro 27, 2015

ESCÁRNIO





Escárnio

Deixe meus pelos em paz
Leve contigo seu sadismo estético
Que fique a beleza de meu tempo expressada na pele
E na boca a cor de minha paz

Experimente em si o que exige do outro
E verás que muito do que diz de si, não o é
Por hora não me calo
Em minha arte jamais tocará

As letras são a voz e todos os gritos
Um monstro gigante posso ser
O olhar que brilha faz crer
Deveras um escárnio...

Que fruto se tornou do mundo?
Suas peças juntadas e moldadas
Somente a morte cala a voz do outro
A tua troveja...

No fundo há música dizendo
A secura de toda sede infinita
Que meu seio livre para saciar a fome
Daquilo todo que criei

Parte de mim fica
Em tua boca e tua alma
Oprimindo por querer gritar
Seu vazio... seu vazio!!

                   Luciana Maria Borges

This page is powered by Blogger. Isn't yours?