terça-feira, junho 12, 2007

DORES


Dores

Acordei no meio da noite
Estômago em dor e corroído
Sonhei contigo, um dia a mais... que sonho
Em realidades, extrema angustia
É apenas brisa e projeção... irreal
Temores...
Vê-lo completamente distante
Vê-lo completamente impossível
Onde está a linha do abandonar, senão onde enfadamos?
Até onde se é inerme?
Até onde se molda a própria personalidade em razão do que se quer?
Aquele que escolhe estar só...
Aquela que não se pode querer ...!
Dentro de tudo... fatos e contradições
Descrença é tão verdade quanto teimosia
Eis o mal... talvez em si, pura vaidade
A cova... e aflição
Tão só quanto o existir
Não consigo abrir mão no embate em afirmar-me
Eis o fardo da intensidade... esqueçamo-la para respirar!
Na mente corroendo as horas
Desvirtuando a concentração de um todo
Imagino a silhueta que cintila
Desenhando em cada linha
Amando em cada segundo
Sinto muito... e talvez posse
Infelizmente ... posse
Desvencilhamo-nos, pois, capazes de ser o que a boca diz
Olhando-nos de fato ... nus!!!

Luciana Maria Borges

MEU MISANTROPO MAÇANTE


Misantropo maçante

Maciço opaco
Sou maço macerado
Nesta macega de querer-lhe
um macaréu em tuas margens
Tu macérrimo com refluxo
Fragilidade não macilenta
Brando de lábios avermelhados
Esta macromania misantrópica...
è que lhe faz regurgitar...
Madrugo ao acordar em ti
Um espelho em mim de ansiedade
Madurando meu caldo nesta dor
Nesta madrigal atraente
Em que és a madeira... que queima
Tanto quanto eu ainda magano
Mesmo que triste e amargurado
Fico no meio desse magnetismo inconsciente
Querendo-lhe ... magnificando-lhe
Em tudo... quanto posso ver... sentir
A contusão vem em brasa, magote vasta
Aplico-me a maiêutica para piorar
Mais ... e mais
Como quem não se cansa nunca
Ao malograr... insisto
Em vão ... insisto
Olhando através da malha com um malote
de pequenas táticas... buscando...
A brecha de sua misantropia!!!

Luciana Maria Borges

VOCÊ ME INSPIRA


Você me inspira

Inútil construído
Com quem somente monologa!
No entanto, é difícil desistir de alcançar suas letras!
És o personagem ideal de um poeta
Uma droga viciante
Que inspira... que embriaga
Um fardo que dilacera as vísceras
Fazendo dali nascer maestria madrigal
Ilusões... versos!!!


Luciana Maria Borges

Luciana Maria Borges

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