domingo, fevereiro 15, 2015

MINORIA



Minoria

Furtada é a face da vida
A cada verso e palavra ouvida da opressão.
Criação de consumo e dizer cada dia mais cultural:
Você vale o que tem!
Imposição ferrenha que gradeia meus pés livres.
Quem vai tirar de mim as lágrimas
E o fogo do ser que ainda se expressa em mim?
Ainda lutando por uma causa
Vendo-se em minoria nas correntezas deste rio
Em que todos já garantiram seu bote!
Escutei sua voz oprimida e me identifiquei.
Em tantos cantos
Em todos os lugares ainda grito
Calado é o som retornado!! 
Apenas um sibilado inocente de mãos calejadas se levanta. 
O vento espalha toda poluição crescente
E de pesadelo infindável. 
O que te margeia rio? 
Um ideal brota com força
De sonho se faz a causa
Quem calará este mutante expressando sua frustração na arte?!
Quem matará seu fogo de acreditar que não é o que tem
Mas o que é e luta!!?
A sede estará à porta de quem?!
Caro, estarei aqui ao menos a ouvir e falar.
Até que a mordaça me cale.
Acredito que a honestidade é um rumo bom
Solidariedade e amor ao próximo.
Longe de uma escrita que faz ovelhas.
Não fazer ao outro o que não quer a si.
Um princípio do qual cresce um castelo fortificado.
Posso beijar-lhe em paz
Na certeza da reciprocidade conquistada.
Todos os seres vivos merecem respeito
Cuidado e carinho, mesmo que depois se tornem sua refeição.
Não suporto ver sua dor
Tu que me manterás vivo
Por ti cuidarei bem-estar!!!
Minoria por uma luta
Maioria em condições semelhantes
Vamos nos dar as mãos e crescer
Quem conseguirá quebrar todos estes gravetos unidos?!
Será mesmo o veneno de toda contradição!?


                    Luciana Maria Borges

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

ENDURECER

Endurecer

Sai do casulo que caiu do muro
Não tem escolha a não ser correr
Defende teu pão de cada dia
Teu filho não morrerá de fome
Pelo menos neste dia

Embaúba e o exército em seu interior
Cai na luta do mundo
Não tem escolha a não ser mover
Defende teu pão de cada dia
Amar sempre é possível

Há tempo para olhar além
Mão dada a teus afetos
Neste concentra a vida
Toca de olhar
Vincos de conduzir passos

Até quando fome
Espero que seja brando
Nesta sede de poder sem fim
Fecho os olhos e dorme
Caminhando sobre corpos secos

Não endureça jamais
Quantos morrerão, quantos em ti nascerão?
Para em teu corpo ceder
Amanhã será sempre outro dia
Eterno retornando em mim!!

Luciana Maria Borges

IMORTAL


Imortal

Tudo dê ao que se pede a alma
Cheia e inquieta sacode
Aprisionada aniquila e entristece
Mais passo ao som do vento
Às origens de retorno cobra
Não negarás...
Tremerás carcaça!

Um caldo de vida
Cheio, memória revelam olhar
Suprir uma necessidade
Mordendo e correndo ilusões
Algumas necessárias
Fato, calo sentindo
Uma vez forte, outra vez imortal!!

Ponta de furtividade
Requisito correr
Mãos dadas ao tempo
Personalidade e ambiente
Algo consigo traz...
Ficando à frente com um belo sorriso
Memória e letras!!!

                    Luciana Maria Borges

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