segunda-feira, fevereiro 13, 2006

DIANTE DO ESPELHO


Diante do espelho

Posso me quebrar infinita
E me reconstituir solúvel no furor das águas inquietantes
Mas quantas vezes hei de quebrar?
Quantas vezes meus infinitos pedaços formarão outra imagem?
Quantos seres serei?
Continuando guardada.
No fundo, serei sempre a mesma!
Quem me dera se de valor fosse a vida
Que leva a minha face
Face que chora e faz chorar
Que belos braços
Que diz adeus de leve
Mistérios se escondem em teus olhos
A cada instante vão dizendo adeus
Aos minutos que passam
Aos rostos que se vão diante do espelho
Esperar a inspiração
Devagar vai surgindo na tela, olhos tristes, cansados.
Vejo a noite dormir em silêncio
Noites frias que não passam de momentos
Que nunca mais... nunca mais...
Versos lindos que se vão
Versos de amor
“Tu és jovem noite”
Devo um dia...?
Pra que chorar? Pra amar ao é preciso ter corpo nem formas
Amo a tempestade, a melodia das gaitas sopradas pelo vento...
És como mãos tocando meu corpo despido.
Traços leves, desenhados em meu corpo
Idênticos ao céu cinzento, que com ela vem vindo a morte, a melodia...
Quem sabe se devo um dia...?

Luciana Maria Borges

Comments:
Luciana!!!
Esta poesia sua é absoluta e assombrosamente bela!
A melhor coisa que você já compôs em toda a sua vida!
Divina, divina, divina...
Estou mudo!
:X
 
:)
 
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