Mova-se agora
Como pode se deixar levar e
aflorar tudo em ti animal?
Como deixar de lado o humano que
há em ti?
Esta superficialidade norteando
teus atos
Um reles escravo, medroso e
subalterno
Como culpar este marasmo?
De onde vem tanta alienação?
Como culpar apenas um lado?
Se poderias apenas tentar
enxergar o outro
Quando silenciar teu suspiro, o
que levará?
O que deixará como broto de ti?
Tudo é agora
A frustração e tédio do fracasso
O fracasso maior é desistir ...
se acovardar!!!
Enquanto pode
Mova-se!!!
Luciana Maria Borges
Sexo
Baseado em você
Como olhar-lhe agora como o via
antes
Após o toque
Como não deixar que os olhos
fixem
Após o fugaz arrombo dos
sentidos
Ao sair de casa
Ao olhar o horizonte amplo
Em que caminham as possibilidades
Quem dera fôssemos melhor
resolvidos
A boca experimentando sabores
Não se reprima
Solta todos os ecos de tua nuance
alma
Luciana Maria Borges
Coragem
Algo está estrangulando a alma
Apagando a beleza como quem quer
calar a voz de uma vez
Algo está sucumbindo a força de
lutar
E a esperança se agarra no ar
Todos flutuando em um futuro
incerto
Que põe sobre a mesa miséria e dor
Poucos manobram e comem os frutos
de nosso suor
Cercear a liberdade de pensar, ir
e vir
É uma falácia a liberdade!
Nem sequer se pode dançar ou sentar-se
sob o sol
“Vagabundo” mesmo morrendo em
labor
Nunca é demais
Enquanto não se suga toda a
essência que ainda há
Quantos morreram e quantos ainda morrerão?
Muitos perguntam se vale a pena
lutar pela causa.
O que não vale é viver como um
zumbi!
Mil vezes subverter e sujar com
seu sangue a história
Sem medo
Todos poderiam ter paz para amar
e tranquilo dormir
Profundamente sentir a maciez e
calor que os braços de quem ama podem dar
A solidariedade deve viver e se
fortalecer
Infinitamente distanciar destes
monstros
Cuja individualidade, egoísmo e
ganância
Parece hipnotizar a massa
Chega de lágrimas
Elas caíram apenas para dar mais
força
Contra todo o podre e escárnio
desumano
Este agora bebe o mundo!!
Pois que as rosas não murchem antes
que se desfaça do gelo a circundar-lhes
Então ver o sol brilhar
Deixar suas sementes
Beirando talvez o eterno!!!
Luciana Maria Borges