Um pouco...
As vezes
sinto-me um estranho no mundo, tão diferente e tão igual.
Nas
coisas mais simples e alegrias, almejares de compartilhamentos e anseios.
Amor,
paz, tranquilidade, viagens, comida boa, convivências, amigos...
Sinto-me
tão distante nos subterfúgios... em apenas alguns me aproximo de cada outro,
principalmente arte.
E de tão
espontâneo... alento!!
Como diz
Clovis de Barros Filho: Sou aquela pessoa detestável que acorda já cantarolando
feliz... simplesmente por sentir a brisa fresca e raios de sol tão singelos que
dia a dia minha pele dizendo bom dia!
Em
momentos penso... ainda não aprendi a viver...
E por
gostar tanto de mim mesma, com todas as contradições que carrego, aprecio a
solidão.
Porém,
quando identifico similaridades de gostos meus em alguém... quase me
apaixono... como um reflexo no espelho... “Nossa ele também gosta de café,
filosofia...”
A
realidade entretanto sempre bate à porta... sou eu distante... léguas...
Então a
melhor escolha é sempre a amizade, pois nela podes cultivar os melhores afetos,
olhares de gratidão e apoio.
Coisas
tão próximas de ti e de todos...
Assim
jamais será tocado diretamente teu corpo e lábios o sabor que não aprecias...
Amizade
permite uma proximidade imensa de gostos compartilhados e diferenças respeitadas
no flexibilizar devido ao fato de permitir também a distância... e isso pode
durar toda a vida.
Então
escolho isto!
Eis que
conheço parte de um todo e já me basta, se este pouco é também completude.
O
restante, o afeto rente aos desejos mais íntimos, aproxima-o de si mesmo, então
a exigência acaba sendo maior...
Minha
carne, meu sangue... eu aqui e agora com toda alma exposta para degustar lábios
de um ser tão doce e sereno... mesmo durando poucos segundos se torna imortal
na mente enquanto vive!
Mosto
como a maioria, sempre o meu melhor e gentil, mas não se engane, tenho garras
afiadas, olhos vermelhos brilhantes e sabor fel... tudo o que jamais quero
expor, pois escancarar este lado sombrio é também mostrar as vísceras, ferindo
ao outro, mas principalmente a si mesmo!!!
Então
adoeço... e isto não quero para mim!
Quero
todos os dias irritantemente acordar cantando, desejar bom dia, ser gentil e
compartilhar o que tenho de melhor em mim..., por que isso inunda-me de
potência e alegria. Me faz sentir bem, de forma que não tenha nada a lamentar
“por ter deixado de fazer”, ao perceber-me próxima ao último suspiro!!!
Luciana
Maria Borges