quarta-feira, setembro 26, 2018
ESPONTANEIDADE
Espontaneidade.
Quase tudo que
você sai para comprar tem alguma mensagem “cristã”: Deus me deu; Presente de
Deus; Servos do senhor... etc
O mercado não é
laico, por que existe um interesse...
A imposição e
impregnação religiosa traz consigo uma ferramenta chamada: docilização,
conformação, servidão, aceitação etc. Fazendo tornar-se fácil manipular o povo
que precisa acreditar em algo, que existe um paraíso, e por isso é necessário
passar pelo inferno, que é a terra, sem se revoltar.
Mas a revolta é
causada “em nome da fé” quando se convém justificar ene coisas: - que uma
crença é pagã e portanto inferior; - que a mulher nasceu para servir o homem,
que quando o homem fala a mulher deve acatar de cabeça baixa; deve tomar conta
do lar como uma boa “serva de Deus” em outras palavras “serva do homem” (tem
gente que acha que isso está no passado, mas escutei isso em uma cerimônia de
casamento não faz sete meses), enfim, quando se quer manipular justificativa
para o ato é o que não falta, basta que haja “crentes”.
O estado deveria
ser laico, mas não é! E a prova disso é o quanto a bancada evangélica está
tomando decisões “em nome de Deus” para o povo. E isso justificando que são superiores
“soldados de Deus”... Estamos vivendo uma loucura em massa, sem sombra de
dúvida!
O mercado deveria
ser laico, mas não é!
A educação deveria
ser laica, mas não é! Esses dias comecei a cantar uma nova canção em outra
língua, de ritmo bonito, dançante, fica na mente seu desenho melódico. Ainda
que não soubesse o significado, a música contamina. Então resolvo traduzir e a
frase principal e milhares de vezes repetida é: “Nós marchamos para o senhor”.
Minha opinião:
“Nós marchamos para o senhor” é estar morrendo de fome e encontrar um pentelho
na comida após a primeira bocada! São ideologias enfiadas goela abaixo todo o
tempo!
E a pergunta que
fica principalmente é: onde está a diversidade e o respeito às diferentes
crenças ou não crenças?
Este NÃO SER laico
representa a imposição e repressão de pensamentos e escolhas livres. Sorrateiramente
entrando na mente e criando um senso comum!
Tal como o amor e
sentimentos outros que deveriam ser espontâneos e portanto puros. Não são, por
que muitos escolhem forçar que o sentimento do outro seja direcionado a si, sem
que seja conquista, o que é sempre uma opção, mesmo que passível de não obter
êxito. Há o lamento e culpabilização por o sentimento do outro não existir ou
simplesmente não ser como se espera!
O NÃO LIVRE acaba
sendo a opção pela mentira que se vive, e escolhe viver. Mas como escolha, o
único condutor e responsável é quem escolhe viver a farsa.
Quero apenas que
acerque-se de mim o amor puro, sincero e espontâneo. Pois manter próximo quem
não sente seria o mesmo que cultivar a vaidade ou apenas egoísmo, ou até mesmo
usar o outro como escora das fraquezas.
Então prefiro a
dor do desvencilhar enxergando o mundo e milhares de outros caminhos passíveis
de se trilhar, a vida é uma só! Por que o verdadeiro é mutável e também ferida
que nos força ao auto conhecimento.
Acredito que quando
os sentimentos espontâneos se encontram e conectam, são estrondosos,
transformadores e explosivos, mesmo que breves..., eternos!! Tamanha a
profundidade da sensação... alma!!!
Só pra deixar
muito claro! Não sou contra as pessoas terem religião, sou a favor de que todas
devem ser respeitadas e nenhuma enfiada goela abaixo que ninguém. As pessoas
devem ter o livre arbítrio de escolher qual crença seguir, ou simplesmente não
seguir nenhuma! Da mesma forma que acredito que as pessoas devem ser livres
para amar!!
Luciana Maria Borges
sábado, setembro 15, 2018
SOM DA ALMA
Som da alma
Lendo a conta gotas
Pode decifrar fragmentos
O impulso curioso torna-se a ponte
Entrecortados de dúvidas
Orgulho este de cada dia
Necessário e também grades
Covarde ou fraco
Em seus pedaços a procura de um laço
Conforto de vendar-se do mundo teu
Imperfeito ... fuga em quem para
Estacionado no cômodo do ameno
O rugir então acorda
Inesperado sonha
Entre correntes
É preciso ousar...
Num canto ou vasta rua
Andando ligeiro
Tal qual quando o pensar
Um foco de fogo no peito
Logo é corpo inteiro
Não mais nas mãos
Já inalcançável pluma a flutuar
Alma falando alto
Quesitos a olhar pra dentro
É agora ...
O que será mesmo esta flor que pulsa?
Tão vermelha e latejante
Forte e fraco
Algo está aberto, pronto para alcançar o toque
Entrega na qual fecha os olhos
Submerge na aura mista
Cheiro doce inebriante
Som da alma
Embebido em sensação
Longe... transcende em descoberta
Subjetivamente tu e tudo!!!
Luciana Maria Borges
CEDER-SE
Ceder-se
Definitivamente imperfeita
Descobrindo-se em vários pontos marionete
Numa jornada em que o arpão dos conexos aprisiona
Sempre jogado contra o verdadeiro algo que flui da
alma
O almejo profundo enxergado com medo
Um pouco ou muito de subordinação
No entanto sempre um olhar triste... reside
A distância gigante de si emerge e sangra
Há que nadar rumo a ti... um universo em retorno
O tempo está passando e quanto mais tarda... um
lamentar
Quantos choros serão buracos nos quais cai?
Retendo-se na intenção egoísta do outro
“Minha posse... minha posse.... Aconchego... Minha
dor”
Até quando....?
Um pouco de egoísmo parece ser importante as vezes
Enxergando a si sempre a esquiva e ao lado
“Mais isso... mais aquilo”
Principalmente eu.... este ser imperfeito
De lágrimas quentes a admirar o que acredita
Passando ao largo do ato de querer pelo outro...
A aflição que chorará será verdadeira também
Teu padecer é sempre a mim uma ferida
Goles de veneno que me eliminam
E ao falar que fique... uma estaca que me prende
rente ao chão.
E tantas vezes expresso em letras... liberdade
Mas em uma prisão... em que as frestas ao céu são
fechadas
Chantagens, controle compassivo... ouço...
“Veja só as feridas que deixa em mim... seu monstro
egoísta
Nunca mais quero lhe ver...
Você acabou com minha vida
Vou morrer, não podes ir embora
Você é a única coisa que tenho...”
Estacas pontiagudas... vejo-as todas
Os poros de minha ‘alma sangrando
Cedendo e morrendo... ei próximos....
O fato é que depende mesmo é de mim
Soerguer da lama em que nadei... mea culpa ... mea maxima
culpa
Sim, responsável somente eu.... ninguém mais... se
foram escolhas
É preciso enxergar-se e assumir os erros
Que me tragam sabedoria e força para ser quem
almejo!!!
Luciana Maria Borges
