domingo, outubro 15, 2017

SOMBRAS




Sombras


Desperto e aqui digo
Escancarando um eu sombrio
Nota talvez em mim uma muralha forte
Mas eis que aqui dentro reside um ser
Que sente, sangra, chora e ri
Sou cada gesto de carinho que desejei e não recebi
Deixando de lado cada dia detalhes, que são tão eu
Não importando ao virar as costas de modo tão rude, desnecessário
E aqui fico!
Acomodados em uma guerra infinda
Como que deslumbrados em passos de Moonwalker
Acreditando em mudanças e florescer do melhor de nós
Por esperar dias melhores
Um deslumbrar de fato!
Nesta ferida aberta em que toco fundo
Trocamos farpas.
E depois de muitas cicatrizes
Enxergamos somente nossa própria dor
A cada ato bruto
Destes detalhes que deixo passar
Sinto como se uma garra fria me rasgasse... bem aqui
Consegues ver?!
O coração batendo miúdo e apertado
Como se quisesse parar!
Como se suprimido tão forte entre mãos cerceadoras
De minha paz a alegria.
Consegues vislumbrar que aqui exponho minha alma nua?!
Porém me expondo, não penses que estou a mercê!
A ideia de forte que vê não é ilusão
Sou mesmo selvagem, brilhante, quente, ferro, rocha e cascuda.
Tudo que conseguir ver!
Daquele tipo que só se destrói com a morte!!!

Luciana Maria Borges

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